Descrição
De quando éramos peixes (2025) é o primeiro romance de José Carlos Patrício e essa estreia revela-se, logo de início, transgressora, pelo nascimento de uma personagem transexual: Cássia, narradora e protagonista. Para (re)existir, Cássia precisa revisitar o passado, com a exposição de suas dores, mágoas e das violências sofridas. As camadas de memórias ancestrais são, aos poucos, construídas e soltas como “verdades mortas” e a reconciliação com sua família é um difícil processo pelo qual a personagem necessita vivenciar para continuar sua jornada no presente. O retorno da personagem ao “útero” de suas origens simboliza seu (re)nascimento como mulher trans e indígena. Bartira, a matriarca, tal qual a personagem de A terceira margem do rio, também reencontra seus antepassados no fluxo contínuo da tradição líquida dos Ñtuira, é a vida encontrando a morte. De quando éramos peixes convida o leitor à fluidez das relações humanas e à reconciliação com o passado.
Luciene Candia

José Carlos Patrício, professor da Educação Básica no Estado de Mato Grosso, dedicado à formação crítica de estudantes, atua como militante ativo nas causas sociais, com ênfase nas questões raciais e na promoção da equidade. É também um praticante religioso de matriz africana, integrando sua fé e ancestralidade na luta por um futuro mais justo e diverso.




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